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== História ==
== História ==
=== Ao serviço de emir de Damasco ===
=== Ao serviço de emir de Damasco ===
O fundador da dinastia, Toguetequim, era um soldado do exército dos sultões seljúcidas, nascido provavelmente em meados do {{séc|XI}}, visto que o seu filho já tinha um cargo de comando em 1100.<ref name=gr267 /> Foi subindo na hierarquia e integrou o estado-maior de {{lknb|Tutus|I}}, um príncipe seljúcida que conquistou Damasco em 1078 e seguidamente o norte da [[Síria]], derrotando o seu primo, o [[Sultanato de Rum|sultão seljúcida de Rum]] [[Solimão ibne Cutalmiche]]. Não obstante {{lknb|Malique|Xá I}}, o irmão mais velho de Tutus, lhe ter retirado uma parte das suas conquistas, este proclama-se sultão da Síria e retoma a Síria do norte tirando partido da anarquia que se seguiu à morte de Solimão. Tutus foi morto em 1095 quando tentava conquistar uma parte da Mesopotâmia ao seu sobrinho {{ilc|Barkyaruq||Barkiyaruq|Berk-Yaruq}}, o novo grão-sultão seljúcida.{{sfn|Grousset|1934|p=57-61}}
O fundador da dinastia, Toguetequim, era um soldado do exército dos sultões seljúcidas, nascido provavelmente em meados do {{séc|XI}}, visto que o seu filho já tinha um cargo de comando em 1100.<ref name=gr267 /> Foi subindo na hierarquia e integrou o estado-maior de {{lknb|Tutuxe|I}}, um príncipe seljúcida que conquistou Damasco em 1078 e seguidamente o norte da [[Síria]], derrotando o seu primo, o [[Sultanato de Rum|sultão seljúcida de Rum]] [[Solimão ibne Cutalmiche]]. Não obstante {{lknb|Malique|Xá I}}, o irmão mais velho de Tutuxe, lhe ter retirado uma parte das suas conquistas, este proclama-se sultão da Síria e retoma a Síria do norte tirando partido da anarquia que se seguiu à morte de Solimão. Tutuxe foi morto em 1095 quando tentava conquistar uma parte da Mesopotâmia ao seu sobrinho {{ilc|Barkyaruq||Barkiyaruq|Berk-Yaruq}}, o novo grão-sultão seljúcida.{{sfn|Grousset|1934|p=57-61}}
[[Raduano]], [[Lista de governantes de Alepo|sultão de Alepo]] e filho primogénito de Tutus mandou matar todos os seus irmãos, a fim de ficar com toda a herança do pai, mas alguns servos conseguiram fazer com que dois irmãos, Ducaque e {{ilc|Bactaque||Muhiddin Bektaş}} fujam para Damasco, onde são acolhidos por {{ilc|Sautiquim||Saoutikin}}, o governador da cidade que também manda vir para a Damasco Toguetequim e [[Iagui Siã]], emir de [[Antioquia]], os quais proclama Ducaque emir de Damasco. É então que Toguetequim se casa com a mãe de Ducaque e se torna o [[atabegue]] de Damasco, ou seja, o pai adotivo e protetor de caque.<ref name=fmg />
[[Raduano]], [[Lista de governantes de Alepo|sultão de Alepo]] e filho primogénito de Tutuxe mandou matar todos os seus irmãos, a fim de ficar com toda a herança do pai, mas alguns servos conseguiram fazer com que dois irmãos, Ducaque e {{ilc|Bactaque||Muhiddin Bektaş}} fujam para Damasco, onde são acolhidos por {{ilc|Sautiquim||Saoutikin}}, o governador da cidade que também manda vir para a Damasco Toguetequim e [[Iagui Siã]], emir de [[Antioquia]], os quais proclama Ducaque emir de Damasco. É então que Toguetequim se casa com a mãe de Ducaque e se torna o [[atabegue]] de Damasco, ou seja, o pai adotivo e protetor de caque.<ref name=fmg />
Toguetequim deixa o poder nas mãos de Ducaque, que governa o seu principado, intervindo nos assuntos da Síria, e tentando de aí assegurar a sua hegemonia, disputada pelo seu irmão e inimigo Raduano. Os dois irmãos entram em guerra frequentemente e nem sequer a chegada da [[Primeira Cruzada]] e a instalação dos [[francos]] na costa sírio-[[Palestina (região)|palestiniana]] os faz reconciliar, sendo mais frequente vê-los combater os francos cada um por si. Toguetequim ocupa o lugar de conselheiro ao mais alto nível e homem de confiança de Ducaque. Em 1099, quando o [[cádi]] de [[Jableh|Jabala]], rebelado contra [[Trípoli (Líbano)|Trípoli]], constata que não consegue fazer frente ao mesmo tempo contra o cádi de Trípoli e contra os cruzados, entrega a sua cidade a Ducaque em troca de territórios mais fáceis de defender, é a Buri, o filho de Toguetequim, que Ducaque confia o governo de Jabala.<ref name=gr267 /> Em 1103, Janá Daulá, emir de [[Homs]], é assassinado por Raduano e os habitantes daquela cidade apelam ajuda a Ducaque, que envia Toguetequim para tomar posse da cidade.{{sfn|Grousset|1934|p=389}}{{sfn|Runciman|1951|p=336}}
Toguetequim deixa o poder nas mãos de Ducaque, que governa o seu principado, intervindo nos assuntos da Síria, e tentando de aí assegurar a sua hegemonia, disputada pelo seu irmão e inimigo Raduano. Os dois irmãos entram em guerra frequentemente e nem sequer a chegada da [[Primeira Cruzada]] e a instalação dos [[francos]] na costa sírio-[[Palestina (região)|palestiniana]] os faz reconciliar, sendo mais frequente vê-los combater os francos cada um por si. Toguetequim ocupa o lugar de conselheiro ao mais alto nível e homem de confiança de Ducaque. Em 1099, quando o [[cádi]] de [[Jableh|Jabala]], rebelado contra [[Trípoli (Líbano)|Trípoli]], constata que não consegue fazer frente ao mesmo tempo contra o cádi de Trípoli e contra os cruzados, entrega a sua cidade a Ducaque em troca de territórios mais fáceis de defender, é a Buri, o filho de Toguetequim, que Ducaque confia o governo de Jabala.<ref name=gr267 /> Em 1103, Janá Daulá, emir de [[Homs]], é assassinado por Raduano e os habitantes daquela cidade apelam ajuda a Ducaque, que envia Toguetequim para tomar posse da cidade.{{sfn|Grousset|1934|p=389}}{{sfn|Runciman|1951|p=336}}
=== Toguetequim e Buri ===
=== Toguetequim e Buri ===
Ducaque morre em junho de 1104 e Toguetequim faz proclamar emir o seu filho mais novo, {{lknb|Tutus|II}}, então com um ano de idade, a fim de garantir uma longa [[Regência (governo)|regência]] para si. Depois muda de ideias e coloca no trono Bactaque, o irmão mais novo de Ducaque, então com 12 anos de idade. Mas posteriormente retira-lhe o poder e o jovem príncipe refugiou-se em [[Balbeque]] e tenta retomar o poder, com o apoio de Aitequim, saíbe (senhor) de [[Bostra]]. Toguetequim recusa-se a recebê-lo de volta e Bactaque acaba por se refugiar na corte do rei {{lknb|Balduíno|I de Jerusalém}}. Este último assegura o seu apoio, mas Toguetequim alia-se aos [[Califado Fatímida|fatímidas]] do Egito para invadir o [[Reino de Jerusalém]], o que impede Balduíno de repor Bactaque no poder em Damasco.{{sfn|Grousset|1934|p=298}}
Ducaque morre em junho de 1104 e Toguetequim faz proclamar emir o seu filho mais novo, {{lknb|Tutuxe|II}}, então com um ano de idade, a fim de garantir uma longa [[Regência (governo)|regência]] para si. Depois muda de ideias e coloca no trono Bactaque, o irmão mais novo de Ducaque, então com 12 anos de idade. Mas posteriormente retira-lhe o poder e o jovem príncipe refugiou-se em [[Balbeque]] e tenta retomar o poder, com o apoio de Aitequim, saíbe (senhor) de [[Bostra]]. Toguetequim recusa-se a recebê-lo de volta e Bactaque acaba por se refugiar na corte do rei {{lknb|Balduíno|I de Jerusalém}}. Este último assegura o seu apoio, mas Toguetequim alia-se aos [[Califado Fatímida|fatímidas]] do Egito para invadir o [[Reino de Jerusalém]], o que impede Balduíno de repor Bactaque no poder em Damasco.{{sfn|Grousset|1934|p=298}}
Durante grande parte do seu reinado, Toguetequim ataca as posições cristãs, mas não confia no sultão seljúcida nem nos seus enviados, como {{ilc|Maudude ibne Altuntas||Mawdud ibn Altuntash|Sharaf al-Dawla Mawdud|Mawdud}}, atabegue de [[Moçul]], que é assassinado em Damasco (provavelmente instigado por Toguetequim) ou {{ilc|Aq Sonqor Bursuqi||Aq Sunqur al-Bursuqi}}, atabegue de Moçul e Alepo. Toguetequim e outros emires da Síria chegam a aliar-se aos francos contra Aq Sonqor Bursuqi, atabegue de Moçul, em 1115, por preferirem a presença dos francos ao risco de dominação da Síria por Moçul.{{sfn|Grousset|1934|p=330-332}}{{sfn|Runciman|1951|p=392}}{{sfn|Maalouf|1983|p=110}} Em 1114, Toguetequim tenta fazer uma aliança com [[Alparslano Alacras|Alparslano de Alepo]], que a concretizar-se poderia assegurar uma Síria muçulmana suficientemente forte para fazer face tanto aos francos como a Moçul e [[Bagdade]], mas o emir de Alepo foi assassinado, impossibilitando a coligação à nascença.{{sfn|Grousset|1934|p=518}}
Durante grande parte do seu reinado, Toguetequim ataca as posições cristãs, mas não confia no sultão seljúcida nem nos seus enviados, como {{ilc|Maudude ibne Altuntas||Mawdud ibn Altuntash|Sharaf al-Dawla Mawdud|Mawdud}}, atabegue de [[Moçul]], que é assassinado em Damasco (provavelmente instigado por Toguetequim) ou {{ilc|Aq Sonqor Bursuqi||Aq Sunqur al-Bursuqi}}, atabegue de Moçul e Alepo. Toguetequim e outros emires da Síria chegam a aliar-se aos francos contra Aq Sonqor Bursuqi, atabegue de Moçul, em 1115, por preferirem a presença dos francos ao risco de dominação da Síria por Moçul.{{sfn|Grousset|1934|p=330-332}}{{sfn|Runciman|1951|p=392}}{{sfn|Maalouf|1983|p=110}} Em 1114, Toguetequim tenta fazer uma aliança com [[Alparslano Alacras|Alparslano de Alepo]], que a concretizar-se poderia assegurar uma Síria muçulmana suficientemente forte para fazer face tanto aos francos como a Moçul e [[Bagdade]], mas o emir de Alepo foi assassinado, impossibilitando a coligação à nascença.{{sfn|Grousset|1934|p=518}}
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{{HarvRef|name=gr267|Grousset|1934|p=267–268}}
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<ref name=fmg>[http://fmg.ac/Projects/MedLands/TURKS.htm#Tutushdied1095B West Asia & North Africa (2)]. Foundation for Medieval Genealogy. fmg.ac </ref>
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