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Construído, numa primeira fase, em [[1449]], por Brás Afonso Correia, um funcionário do Conselho de El-Rei D. Manuel I e Corregedor de Lisboa, o Palácio Belmonte atravessaria um conjunto diverso de proprietários e épocas, que lhe configurariam o seu aspecto tão peculiar e interessante.
Construído, numa primeira fase, em [[1449]], por Brás Afonso Correia, um funcionário do Conselho de El-Rei D. Manuel I e Corregedor de Lisboa, o Palácio Belmonte atravessaria um conjunto diverso de proprietários e épocas, que lhe configurariam o seu aspecto tão peculiar e interessante.
Erguido, então, sobre ruínas romanas e mouras, à volta das antigas paredes da Alcáçova e da Cerca Moura, o seu edifício seria alargado com Rui de Figueiredo, que a transformava numa residência senhorial ao adquirir e transformar terrenos, antigas casas, um quintal e uma estrebaria. O complexo compreendia, então, as muralhas, uma [[Porta de D. Fradique|porta chamada de D. Fradique]], um cubelo e duas torres, ambas datadas dos séculos XV e XVI. Em 1503, após ter descoberto o [[Brasil]], [[Pedro Álvares Cabral]] construía aí a primeira parte do palácio actual. Por esses anos, [[Alfama]], núcleo primitivo da cidade de Lisboa e bairro onde se insere o Palácio, era palco de grandes acontecimentos nacionais: [[Vasco da Gama]] era aí recebido após o triunfante regresso da Índia; antes, [[Gil Vicente]] apresentara a sua primeira peça teatral; e [[Fernão Lopes]], célebre historiador português, escrevera também as suas célebres crónicas. Em 1640, ano da [[Restauração]], o edifício seria ainda alargado ao anexar o seu deslumbrante terraço e cinco fachadas em estilo clássico, conferindo-lhe então o seu aspecto actual. Quase cem anos depois, entre 1720 e 1730, dois grandes mestres da azulejaria portuguesa, [[Manuel Santos]] e [[Valentim de Almeida]], davam o seu contributo com uma colecção única de 59 painéis, com mais de 30 000 [[azulejos]], que descrevem episódios do cristianismo e cenas da corte portuguesa da época. Na sua porta principal, destacam-se as armas dos Figueiredos, com 5 folhas de figueira, que acompanham a expressão ”Pro Deo Pro Patria PN AM”.
Erguido, então, sobre ruínas romanas e mouras, à volta das antigas paredes da Alcáçova e da Cerca Moura, o seu edifício seria alargado com Rui de Figueiredo, que a transformava numa residência senhorial ao adquirir e transformar terrenos, antigas casas, um quintal e uma estrebaria. O complexo compreendia, então, as muralhas, uma [[Porta de D. Fradique|porta chamada de D. Fradique]], um cubelo e duas torres, ambas datadas dos séculos XV e XVI. Em 1503, após ter descoberto o [[Brasil]], [[Pedro Álvares Cabral]] construía aí a primeira parte do palácio actual. Por esses anos, [[Alfama]], núcleo primitivo da cidade de Lisboa e bairro onde se insere o Palácio, era palco de grandes acontecimentos nacionais: [[Vasco da Gama]] era aí recebido após o triunfante regresso da Índia; antes, [[Gil Vicente]] apresentara a sua primeira peça teatral; e [[Fernão Lopes]], célebre historiador português, escrevera também as suas célebres crónicas. Em 1640, ano da [[Restauração_da_Independência|Restauração]], o edifício seria ainda alargado ao anexar o seu deslumbrante terraço e cinco fachadas em estilo clássico, conferindo-lhe então o seu aspecto actual. Quase cem anos depois, entre 1720 e 1730, dois grandes mestres da azulejaria portuguesa, [[Manuel Santos]] e [[Valentim de Almeida]], davam o seu contributo com uma colecção única de 59 painéis, com mais de 30 000 [[azulejos]], que descrevem episódios do cristianismo e cenas da corte portuguesa da época. Na sua porta principal, destacam-se as armas dos Figueiredos, com 5 folhas de figueira, que acompanham a expressão ”Pro Deo Pro Patria PN AM”.
A sua colecção única de [[azulejos]], uma chaminé setecentista tão peculiar ou o seu jardim com vista deslumbrante sobre [[Alfama]], [[São Vicente de Fora]] e o [[rio Tejo]] tornam-no num palácio único da capital portuguesa, o que justifica o título de Património Nacional.
A sua colecção única de [[azulejos]], uma chaminé setecentista tão peculiar ou o seu jardim com vista deslumbrante sobre [[Alfama]], [[São Vicente de Fora]] e o [[rio Tejo]] tornam-no num palácio único da capital portuguesa, o que justifica o título de Património Nacional.
Actualmente, foi transformado em hotel de luxo que, constituído por 10 suites, aproveita para distinguir algumas grandes personalidades da História portuguesa, ao tomá-las como nome das suas suites – [[Fernão de Magalhães]], [[Egas Moniz]], [[Fernão Mendes Pinto]], [[Gil Vicente]], [[Bartolomeu de Gusmão]], entre outros. É um verdadeiro hino à História e à cultura portuguesa.
Actualmente, foi transformado em hotel de luxo que, constituído por 10 suites, aproveita para distinguir algumas grandes personalidades da História portuguesa, ao tomá-las como nome das suas suites – [[Fernão de Magalhães]], [[António_Egas_Moniz|Egas Moniz]], [[Fernão Mendes Pinto]], [[Gil Vicente]], [[Bartolomeu de Gusmão]], entre outros. É um verdadeiro hino à História e à cultura portuguesa.
Em 2000, o [[Carlos, Príncipe de Gales|príncipe Carlos]] e a sua fundação destacariam o Palácio com o prémio RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors), pela qualidade ambiental e patrimonial assegurada na sua recuperação. Esse sucesso deveu-se a Frédéric Coustouls, seu actual proprietário, que ao comprá-lo, em 1994, então quase devoluto, decidiu renová-lo de acordo com os métodos construtivos mais sustentados. Nesse mesmo ano, o célebre realizador alemão [[Wim Wenders]] escolhia o Palácio para a rodagem do seu filme, ”Lisbon Story”. [[Marcello Mastroianni]] passara também pelo Palácio, no filme ”Afirma Pereira”.
Em 2000, o [[Carlos, Príncipe de Gales|príncipe Carlos]] e a sua fundação destacariam o Palácio com o prémio RICS (Royal Institution of Chartered Surveyors), pela qualidade ambiental e patrimonial assegurada na sua recuperação. Esse sucesso deveu-se a Frédéric Coustouls, seu actual proprietário, que ao comprá-lo, em 1994, então quase devoluto, decidiu renová-lo de acordo com os métodos construtivos mais sustentados. Nesse mesmo ano, o célebre realizador alemão [[Wim Wenders]] escolhia o Palácio para a rodagem do seu filme, ”Lisbon Story”. [[Marcello Mastroianni]] passara também pelo Palácio, no filme ”Afirma Pereira”.