nova página: '''''Brincar de Deus''''' é um termo que se refere à assunção de poderes de decisão, intervenção ou controle metaforicamente reservados a Deus. Atos que categorizam tal termo podem incluir, por exemplo, a decisão de quem deve viver ou morrer em uma situação onde nem todos podem ser salvos ou o uso e desenvolvimento de biotecnologias tais como biologia sintética e fertilização in vitro.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.ncbi.nlm….
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== Descrição ==
[[Ficheiro:Frankenstein poster 1931.jpg|miniaturadaimagem|Pôster oficial do filme ”Frankenstein” (1931). Em uma cena (censurada na versão final), o Dr. Frankenstein proclama: "Agora eu sei o que é ser Deus!"]]
Brincar de Deus é um conceito amplo, que abrange tópicos teológicos e científicos. Quando esse termo é usado, ele pode ser usado para se referir a pessoas que tentam exercer grande autoridade e poder. Geralmente é pejorativo e sugere arrogância, apropriação indébita de poder ou manipulação de assuntos nos quais os humanos não deveriam se intrometer.
== Etimologia ==
"Brincar de Deus" geralmente se refere a alguém usando seu poder para tomar decisões relacionadas ao destino da vida de outros seres. O teólogo Paul Ramsey é conhecido por dizer: "Os homens não devem brincar de Deus antes de aprenderem a ser homens, pois só depois que aprenderem a ser homens, não brincarão de Deus". O quadro religioso da abordagem desta frase refere-se à divindade da referida religião ter um plano definido para a humanidade e, portanto, a arrogância do homem pode levar ao uso indevido de tecnologia relacionada à vida sagrada e à natureza.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.mdpi.com/2077-1444/10/3/209 |titulo=Playing God |data=2019-03 |acessodata=2021-12-16 |jornal=Religions |número=3 |ultimo=Meixner |primeiro=Uwe |paginas=209 |lingua=en |doi=10.3390/rel10030209}}</ref> Outros textos literários famosos que aludem a um complexo de homem e Deus incluem ”[[Men Like Gods]]” de [[H. G. Wells|H.G. Wells]] e ”[[You Shall Be Gods]]” de [[Erich Fromm]]. A noção de conhecimento ou poder divino nos humanos remonta pelo menos à história do [[fruto proibido]] em Gênesis 3: 4-5, cuja tradução tradicional em português inclui as palavras "vós sereis como deuses".
== História ==
[[Ficheiro:MANNapoli 6705 creation of the man sarcophagus.jpg|miniaturadaimagem|"A Criação do Homem" de [[Prometeu]], sarcófago romano do 4° século DC.]]
Ao longo da história, muitas culturas tiveram histórias e mitologias que retratam figuras que tentaram se divinizar, intencionalmente ou não. O famoso mito de Prometeu na [[Grécia Antiga|Grécia antiga]] conta a história de alguém que roubou dos deuses e deu ao povo e, embora tenha sido punido pela eternidade, também foi aclamado como um campeão do povo. Além da mitologia, muitos pensadores, cientistas e livros contemporâneos têm argumentado a favor e contra o caso de brincar de Deus e porque é necessário ou desnecessário que a raça humana assuma essa responsabilidade.
Na história contemporânea, houveram muitos projetos científicos que foram considerados tentativas de brincar de Deus. Projetos biomédicos, como a tentativa de criar espermatozoides artificiais e a própria vida artificial aproximaram as histórias de [[ficção científica]] do século XX da realidade. Outros projetos tentados incluem a clonagem ([[Ovelha Dolly]]) e até mesmo a ressureição de espécies extintas. A descoberta relativamente recente do DNA levou os cientistas a brincar com a ideia de que talvez a genética humana pudesse ser editada e possivelmente aprimorada, apesar de haver oposição a respeito de consequências desconhecidas.
[[Philip Ball]] argumentou que "brincar de Deus" é um clichê perigoso e sem sentido que não tem base na teologia. Ele afirma que foi adotado como arma retórica pelos "[[Teoconservadorismo|teocons]]" bioéticos, deve sua origem como [[meme]] à versão cinematográfica de 1931 de ”[[Frankenstein (1931)|Frankenstein]]” e que é usado por jornalistas para se referir a coisas das quais eles discordam.<ref>{{citar web|url=https://www.prospectmagazine.co.uk/science-and-technology/playing-god-is-a-meaningless-dangerous-cliche|titulo=playing-god-is-a-meaningless-dangerous-cliche}}</ref> Alexandre Erler, em resposta a Ball, argumentou que, embora a frase não seja sem sentido, é extremamente vaga e requer mais esclarecimentos para ser útil no contexto de um argumento.
== Ver também ==
* [[Bioética]]
* [[Complexo de deus|Complexo de Deus]]
* [[Pós-desenvolvimento]]
* [[Húbris]]
* [[Moral]]
* [[Princípio da precaução]]
{{referências}}
[[Categoria:!Artigos novos]]