Crítica dos discursos pós-coloniais
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Para a autora esse multiculturalismo tem o defeito de ser um ‘discurso da alteridade profundamente despolitizado'<ref name=’ : 4′></ref>, que tende à conceber de maneira ”essencialista” e ”historicista” os povos subalternos, impondo à esses o reconhecimento apenas sob a condição de uma ”teatralização da identidade” que implica a redução dos indígenas às modos puros atemporais e territórios fragmentados e impotentes, negando continuamente a ”contemporaneidade” do indígena, ou melhor, sua capacidade de constituir uma contemporaneidade inclusiva a partir das múltiplas temporalidades, ancestralidades e epistêmes que atravessm o tecido social andino – algo que Silvia Rivera Cusicanqui continuamente elabora e defende sob o nome de ”Ch’
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Para a autora esse multiculturalismo tem o defeito de ser um ‘discurso da alteridade profundamente despolitizado'<ref name=’ : 4′></ref>, que tende à conceber de maneira ”essencialista” e ”historicista” os povos subalternos, impondo à esses o reconhecimento apenas sob a condição de uma ”teatralização da identidade” que implica a redução dos indígenas às modos puros atemporais e territórios fragmentados e impotentes, negando continuamente a ”contemporaneidade” do indígena, ou melhor, sua capacidade de constituir uma contemporaneidade inclusiva a partir das múltiplas temporalidades, ancestralidades e epistêmes que atravessm o tecido social andino – algo que Silvia Rivera Cusicanqui continuamente elabora e defende sob o nome de ”Ch’ixi”. O multiculturalismo é para a autora um ”neutralizador” das verdadeiras práticas decoloniais, concebendo simplesmente o acomodamento dessas fragmentadas (portanto impotentes) ‘identidades’ em um mundo de hegemonia inquestionável. Esses ”triângulos sem base” estão à distância de qualquer acontecimento das massas subalternas, engajados apenas em um ”extrativismo simbólico” que serve às estratégias de captura e recolonização dos Estados e capitalismo. Cusicanqui propõem analisar a ‘economia política’ do conhecimento, antes da ‘geopolítica do conhecimento’ proposta por Mignolo, tarefa que recebeu pouca atenção concreta – essa economia política envolveria “(…) desencobrir as estratégias econômicas e os mecanismos materiais que operam por detrás dos discursos.”. O que significaria ver que:
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