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”’Georges-Charles Brassens”’ (Francês: [ʒɔʁʒ bʁasɛ̃s]; [[Sète]], [[22 de Outubro]] de [[1921]] — [[Saint-Gély-du-Fesc]], [[29 de Outubro]] de [[1981]]) foi um [[Letrista|autor de canções]], [[compositor]] e [[cantor]] francês simpatizante e entusiasta do [[anarquismo]].<ref>”’”Brassens”’, Georges”, pag. 320 – ”Grande Enciclopédia Universal” – edição de 1980 – ed. Amazonas</ref>
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”’Georges-Charles Brassens”’ (Francês: [ʒɔʁʒ bʁasɛ̃s]; [[Sète]], [[22 de Outubro]] de [[1921]] — [[Saint-Gély-du-Fesc]], [[29 de Outubro]] de [[1981]]) foi um [[Letrista|autor de canções]], [[compositor]] e [[cantor]] francês simpatizante e entusiasta do [[anarquismo]].<ref>”Brassens, Georges”, pag. 320 – ”Grande Enciclopédia Universal” – edição de 1980 – ed. Amazonas</ref>
   
 
== Vida ==
 
== Vida ==
 
=== Infância e juventude ===
 
=== Infância e juventude ===
Georges Brassens nasceu a 22 de Outubro de 1921 em Sète, porto de pesca francês banhado pelo [[mar mediterrâneo]], filho de Elvira Dagrossa e do seu segundo marido Jean-Louis Brassens. A mãe é de origem italiana e profundamente católica, enquanto o pai é um livre pensador anticlerical. Todavia esta família, que inclui um quarto membro, a meia-[[irmã]] Simone, filha do primeiro [[casamento]] da mãe de Brassens, tem um ponto em comum : todos apreciam a música e todos têm de memória numerosas canções que adoram entoar, seja [[Tino Rossi]], [[Charles Trenet]] ou tantos outros artistas populares da época. Educado neste meio, Brassens interessa-se naturalmente pela música, mas também pela composição.
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Georges Brassens nasceu a 22 de Outubro de 1921 em Sète, porto de pesca francês banhado pelo [[mar mediterrâneo]], filho de Elvira Dagrossa e do seu segundo marido Jean-Louis Brassens. A mãe é de origem italiana e profundamente católica, enquanto o pai é um livre pensador anticlerical. Todavia esta família, que inclui um quarto membro, a meia-[[irmã]] Simone, filha do primeiro [[casamento]] da mãe de Brassens, tem um ponto em comum: todos apreciam a música e todos têm de memória numerosas canções que adoram entoar, seja [[Tino Rossi]], [[Charles Trenet]] ou tantos outros artistas populares da época. Educado neste meio, Brassens interessa-se naturalmente pela música, mas também pela composição.
 
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|””’Citação””'<br /><small>«Éramos uns rudes aos quatorze, quinze anos e começamos a apreciar os poetas. Há que perceber o contraste. Graças a este professor pude aceder a algo de grande. Muito mais tarde, de cada vez que escrevia uma canção, perguntava-me a mim próprio: “será que agradaria a Bonnafé ?”»<br /> ”’Georges Brassens”'</small>
 
|””’Citação””'<br /><small>«Éramos uns rudes aos quatorze, quinze anos e começamos a apreciar os poetas. Há que perceber o contraste. Graças a este professor pude aceder a algo de grande. Muito mais tarde, de cada vez que escrevia uma canção, perguntava-me a mim próprio: “será que agradaria a Bonnafé ?”»<br /> ”’Georges Brassens”'</small>
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Expulso do liceu, e após uma curta passagem pelo atelier de [[pedreiro]] de seu pai, Brassens viaja para Paris onde se instala, em Fevereiro de [[1940]], com 18 anos de idade, em casa da sua tia ”Antoinette” onde encontra um [[piano]] que utiliza para a sua primeira aprendizagem em regime de [[autodidacta]]. Ao mesmo tempo começa a aprender uma profissão, vindo a conseguir trabalho numa fábrica de automóveis como operário especializado. Um dos amigos do seu grupo de Séte, ”Louis Bestiou”, junta-se-lhe como colega na fábrica. Mas em Junho de 1940 no decurso da [[Segunda Grande Guerra|guerra]] a fábrica é bombardeada pelos [[Alemanha|alemães]] e fica totalmente inoperacional.
 
Expulso do liceu, e após uma curta passagem pelo atelier de [[pedreiro]] de seu pai, Brassens viaja para Paris onde se instala, em Fevereiro de [[1940]], com 18 anos de idade, em casa da sua tia ”Antoinette” onde encontra um [[piano]] que utiliza para a sua primeira aprendizagem em regime de [[autodidacta]]. Ao mesmo tempo começa a aprender uma profissão, vindo a conseguir trabalho numa fábrica de automóveis como operário especializado. Um dos amigos do seu grupo de Séte, ”Louis Bestiou”, junta-se-lhe como colega na fábrica. Mas em Junho de 1940 no decurso da [[Segunda Grande Guerra|guerra]] a fábrica é bombardeada pelos [[Alemanha|alemães]] e fica totalmente inoperacional.
   
Brassens e o seu amigo retornam às origens, mas poucos meses depois Brassens decide voltar a Paris à casa da sua tia onde tem tem acolhimento e alimentação. Agora já não quer trabalhar, pois o trabalho beneficiaria o ocupante alemão, mas nem por isso tem menos actividade : levanta-se de madrugada, vai para a [[biblioteca]] e deita-se com o pôr-do-sol. Dedica-se à leitura minuciosa dos grandes escritores : [[Baudelaire]], [[Paul Verlaine|Verlaine]], [[Victor Hugo]]. Durante estes três anos em que desenvolve este estudo, adquire uma importante bagagem literária e chega mesmo a publicar, ainda que sem sucesso, uma recolha de poemas de autores diversos.
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Brassens e o seu amigo retornam às origens, mas poucos meses depois Brassens decide voltar a Paris à casa da sua tia onde tem tem acolhimento e alimentação. Agora já não quer trabalhar, pois o trabalho beneficiaria o ocupante alemão, mas nem por isso tem menos actividade: levanta-se de madrugada, vai para a [[biblioteca]] e deita-se com o pôr-do-sol. Dedica-se à leitura minuciosa dos grandes escritores: [[Baudelaire]], [[Paul Verlaine|Verlaine]], [[Victor Hugo]]. Durante estes três anos em que desenvolve este estudo, adquire uma importante bagagem literária e chega mesmo a publicar, ainda que sem sucesso, uma recolha de poemas de autores diversos.
   
 
Em [[1943]] Brassens vê-se envolvido na guerra a que sempre tinha escapado: o governo francês decreta o STO ([[Serviço de trabalho obrigatório]]) para o qual convoca os jovens nascidos em [[1920]], 1921 e [[1922]]. Brassens vai trabalhar para a fábrica de motores de aviões Bramo (”Brandenburgischen Motorenwerken”), fornecedora da [[Luftwaffe]], localizada em [[Basdorf]], na Alemanha. Aqui Brassens agrega um segundo grupo de amigos muitos dos quais se manteriam até bem depois da guerra.
 
Em [[1943]] Brassens vê-se envolvido na guerra a que sempre tinha escapado: o governo francês decreta o STO ([[Serviço de trabalho obrigatório]]) para o qual convoca os jovens nascidos em [[1920]], 1921 e [[1922]]. Brassens vai trabalhar para a fábrica de motores de aviões Bramo (”Brandenburgischen Motorenwerken”), fornecedora da [[Luftwaffe]], localizada em [[Basdorf]], na Alemanha. Aqui Brassens agrega um segundo grupo de amigos muitos dos quais se manteriam até bem depois da guerra.
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|””’Citação””'<br /><small>«Püppchen não é a minha mulher, é a minha deusa”»<br /> ”’Georges Brassens”'[http://www.rfimusique.com/siteFr/biographie/biographie_8894.asp]</small>
 
|””’Citação””'<br /><small>«Püppchen não é a minha mulher, é a minha deusa”»<br /> ”’Georges Brassens”'[http://www.rfimusique.com/siteFr/biographie/biographie_8894.asp]</small>
 
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Este ano de 1947 é também aquele em encontrou a mulher que o acompanharia ao longo da vida : Joha Heiman, de origem [[estónia]], que Brassens apelidaria de Püppchen (“bonequinha” em [[Língua alemã|alemão]]), que, por comum acordo, nunca viria a partilhar o mesmo tecto que o cantor.
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Este ano de 1947 é também aquele em encontrou a mulher que o acompanharia ao longo da vida: Joha Heiman, de origem [[estónia]], que Brassens apelidaria de Püppchen (“bonequinha” em [[Língua alemã|alemão]]), que, por comum acordo, nunca viria a partilhar o mesmo tecto que o cantor.
   
 
=== O caminho para o sucesso ===
 
=== O caminho para o sucesso ===
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Em [[1968]] é novamente internado no hospital vítima de cólicas renais. Nesse mesmo ano morre a sua protectora e amiga Jeanne Le Bonniec com a idade de 77 anos.
 
Em [[1968]] é novamente internado no hospital vítima de cólicas renais. Nesse mesmo ano morre a sua protectora e amiga Jeanne Le Bonniec com a idade de 77 anos.
   
Em [[6 de Janeiro]] de [[1969]], por iniciativa da revista ”Rock & Folk” e da rádio RTL, Georges Brassens participa numa entrevista histórica com dois outros gigantes da música francesa : [[Léo Ferré]] e [[Jacques Brel]].<ref>Entrevista de Brassens, Léo Ferré e Jacques Brel sobre eles mesmos e o mundo que os rodeia [http://www.georges-brassens.com/1969.htm]</ref>
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Em [[6 de Janeiro]] de [[1969]], por iniciativa da revista ”Rock & Folk” e da rádio RTL, Georges Brassens participa numa entrevista histórica com dois outros gigantes da música francesa: [[Léo Ferré]] e [[Jacques Brel]].<ref>Entrevista de Brassens, Léo Ferré e Jacques Brel sobre eles mesmos e o mundo que os rodeia [http://www.georges-brassens.com/1969.htm]</ref>
   
 
Em [[1972]], celebrando os seus 20 anos de actividade, é editada uma caixa com 11 álbuns acompanhada de um livro reunindo todos os seus textos e poemas.
 
Em [[1972]], celebrando os seus 20 anos de actividade, é editada uma caixa com 11 álbuns acompanhada de um livro reunindo todos os seus textos e poemas.
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=== Prémios ===
 
=== Prémios ===
* Prémio da [[Académie Charles Cros]] pelo seu primeiro álbum ;
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* Prémio da [[Académie Charles-Cros|Académie Charles Cros]] pelo seu primeiro álbum;
 
* Grande prémio da poesia da [[Académie française]] em 1967.
 
* Grande prémio da poesia da [[Académie française]] em 1967.
 
* Grande prémio da cidade de Paris em 1975.
 
* Grande prémio da cidade de Paris em 1975.